quarta-feira, 18 de junho de 2014


SIM AO ALCOOL!
 
O branco e o tinto são pra mim sagrados,
Mas não rejeito a boa aguardente.
Gosto, também, dos verdes bem gelados,
Nem à cerveja fico indiferente.

Os vinhos velhos são mais degustados,
Bebo o whisky mui suavemente,
Tal como sorvo os vinhos abafados,
Minha afeição por vós é evidente.
 
E quando a vertical, por mais que tente,
Se mostre impossível de repor,
Oh Baco! Terminai-me esta aflição
 
Já não vejo, não sinto, estou carente,
Mas vou atrás de vós, seja onde for,
Até de gatas, mesmo ao trambolhão!

terça-feira, 17 de junho de 2014

SORRISO MAROTO


Vi teu sorriso garoto
Quando passaste por mim,
E notei o ar maroto
Com que troçaste de mim.
 
Nunca vi olhos tão lindos,
Como os teus quando me olharam,
Tinham encantos infindos,
No modo como brilharam.
 
Pareceram ter tom castanho,
Com um dourado infinito,
Que colorido tão estranho
Tinha o teu olhar bonito.
 
Esmeralda? Da cor do mar?
Ou azul como é o céu?
Dos olhos, vou-me lembrar,
Mas a cor já me esqueceu.
 
Mas que interessa a cor agora,
Se os olhos perdi de vista?
Restou-me, p’la vida fora,
O teu sorriso trocista!

 

 

VILA NOVA DA BARQUINHA
 

Canoa de teu rio foi o berço
Que embalou meus sonhos de menino.
De minha juventude o universo,
O cais onde embarquei sem ter destino.
 
Cumprindo esse meu fado controverso,
Ninfas do Tejo, em seu poder divino,
Ditaram-me o caminho, rumo inverso,
Coartando-me a razão e o pouco tino.
 
Raiz de meus avós, dum tempo ido,
Da escola, da infância desabrida,
Do Tejo encantador que não olvido.
 
Marco de toda a minha identidade,
Sois parte do meu ser, da minha vida,
O espelho onde me vejo com saudade.